Se você já sentiu dor de cabeça, sabe o quanto isso pode atrapalhar a rotina. Trabalhar, estudar ou até mesmo conversar pode se tornar difícil quando a cabeça lateja. Mas e quando a dor vai além do comum? Quando ela se repete com frequência, vem acompanhada de enjoo, incômodo com a luz e até tontura? Nesses casos, o problema pode não ser apenas uma dor de cabeça passageira, mas sim uma enxaqueca.
Saber diferenciar esses dois quadros é fundamental para buscar o tratamento certo e evitar que as crises interfiram cada vez mais no seu dia a dia. Vamos entender melhor?

Dor de cabeça ou enxaqueca: como saber o que você tem?
De maneira prática, nem toda dor de cabeça é enxaqueca, mas toda enxaqueca causa dor de cabeça. Essa é uma forma simples de entender a diferença entre os dois problemas.
A dor de cabeça comum (cefaleia tensional) é causada, na maioria das vezes, por tensão muscular, estresse ou cansaço. A sensação é de aperto ou peso na cabeça, geralmente leve a moderada, e costuma passar com repouso ou um analgésico simples.
Já a enxaqueca é mais complexa. Ela pode durar horas ou até dias e, além da dor intensa, traz sintomas como sensibilidade à luz e ao som, náuseas, tontura e, em alguns casos, até alterações na visão. Diferente da dor de cabeça comum, a enxaqueca tem causas mais profundas, como predisposição genética, alterações hormonais e gatilhos alimentares.
Principais sinais para ficar atento
Se você costuma acordar bem, mas ao longo do dia sente uma pressão na cabeça, possivelmente tem uma cefaleia tensional. Agora, se acorda já com a dor ou percebe que o incômodo vem acompanhado de náusea e sensibilidade à luz, a chance de ser uma enxaqueca é grande.
Confira os principais sinais de cada condição:
Dor de cabeça comum
- Sensação de peso ou aperto na cabeça
- Dor leve a moderada, sem outros sintomas
- Pode durar algumas horas e melhora com descanso
- Fatores comuns: estresse, cansaço, má postura, falta de hidratação
Enxaqueca
- Dor forte e pulsante, geralmente de um lado da cabeça
- Sensação de náusea, tontura e sensibilidade à luz ou som
- Pode durar de 4 a 72 horas e impedir atividades do dia a dia
- Pode ser desencadeada por alimentação, fatores hormonais e sono irregular.

Como aliviar e quando procurar ajuda médica?
Se você sofre com crises frequentes de dor de cabeça e enxaqueca, não precisa normalizar esse incômodo. Pequenos ajustes na rotina podem fazer bastante diferença: manter uma boa hidratação, dormir bem e evitar longos períodos sem comer são estratégias que ajudam a prevenir dores.
Mas atenção: se a dor for muito intensa, vier acompanhada de fraqueza, confusão mental ou visão turva, procure um médico. Aqui no Hospital Azambuja, nossos especialistas estão preparados para avaliar o seu quadro e indicar o tratamento mais adequado para que você tenha mais qualidade de vida.
É importante notar que nem todos os casos de dor de cabeça ou enxaqueca exigem exames de neuroimagem. O médico avaliará a necessidade com base no histórico clínico e exame físico, evitando procedimentos desnecessários em casos de enxaqueca estável, mas quando a neuroimagem é indicada, a Ressonância Magnética (RM) é geralmente preferida à Tomografia Computadorizada (TC) para avaliar condições relacionadas à dor de cabeça, devido à sua maior sensibilidade e ausência de radiação, exceto em emergências.
Se precisar de orientação, agende uma consulta. O primeiro passo para se sentir melhor é buscar ajuda profissional.
Prevenção e tratamento
Prevenir e tratar é tão importante quanto identificar sintomas. Para começar, manter uma alimentação equilibrada, evitando jejum prolongado e identificando possíveis gatilhos alimentares, como cafeína, embutidos e bebidas alcoólicas, pode fazer a diferença.
O segundo passo é estabelecer uma rotina de sono adequada, com horários regulares de descanso, porque isso contribui para a prevenção das crises. O gerenciamento do estresse também é essencial, e práticas como meditação, exercícios físicos e técnicas de respiração podem ajudar a evitar tensões que desencadeiam a dor.
Outro ponto fundamental é o acompanhamento médico. Quando as dores se tornam frequentes ou incapacitantes, um neurologista pode recomendar medicamentos preventivos e tratamentos personalizados para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Como cada pessoa responde de maneira diferente às abordagens terapêuticas, a orientação profissional é indispensável para encontrar a melhor solução para cada caso.
É importante ressaltar que intervenções cirúrgicas para desativação de pontos de gatilho da enxaqueca ainda são consideradas uma área de pesquisa e não são recomendadas como tratamento padrão fora de ensaios clínicos controlados.
Para o tratamento de dores de cabeça recorrentes, é desaconselhável o uso de medicamentos opioides ou que contenham butalbital como primeira linha, devido ao risco de dependência e cronificação da dor. O acompanhamento médico é crucial para encontrar a medicação adequada.
Embora medicamentos de venda livre sejam úteis para dores ocasionais, seu uso frequente (mais de dois dias por semana, especialmente se contiverem cafeína) pode levar a um tipo de dor de cabeça induzida por uso excessivo de medicação (Cefaleia por Uso Excessivo de Medicação – MOH), além de outros riscos à saúde.